04 nov

Custo do Trabalho faz Brasil Perder Competitividade

Postado por admin Em Notícias

Enquanto no Brasil esse custo subiu 6% no período de 2004 a 2011, na média de seis economias mundiais recuou 14,6% no mesmo período.

Os dados levam em consideração as informações disponíveis no BLS (Bureau of Labour Statistics), o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, e na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

As comparações não foram feitas com países da América Latina ou Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil) por falta de informações confiáveis, segundo estudo da Firjan (federação das indústrias do Rio).

"A redução do custo do trabalho está diretamente relacionada a investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de reformas na legislação trabalhista e previdenciária", afirma Mercês.

"Com a eclosão da crise mundial, EUA e Europa perceberam a necessidade de cortar custos de produção para competir no mercado internacional", completa.

Enquanto o Brasil investe 1,16% do PIB em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); Europa e EUA estão em 3%.

NA CONTRAMÃO

Na verdade, o país está na contramão dos concorrentes. Os investimentos feitos pelas empresas brasileiras em P&D tiveram retração de 18,3%, segundo estudo da consultoria internacional Booz & Company. Os gastos passaram de US$ 3,7 bilhões (em 2012) para US$ 3 bilhões neste ano.

Na média mundial, os investimentos nessa área cresceram 5,5% sobre o ano passado e chegaram a US$ 638 bilhões, em mil companhias de capital aberto que participaram do levantamento.

Carlos Pastoriza, diretor da Abimaq, associação que reúne fabricantes de máquinas, diz que o crescimento dos salários no setor cresceu 30% nos últimos dez anos, enquanto a produtividade não chegou a 15%.

O segmento de máquinas é um dos mais afetados pela combinação de forte queda na atividade produtiva com aumento dos gastos com a folha salarial, segundo análise feita em 15 segmentos da indústria da transformação.

"Se arrancássemos uma fábrica da Alemanha e a instalássemos no Brasil, mantidos empregos, tecnologia e as demais características, o produto final aqui custaria 37 pontos percentuais a mais. Só o peso dos insumos e trabalho correspondem a 20 pontos percentuais", afirma.

O setor defende um regime de tributação diferenciado, a exemplo do que ocorreu no automotivo, com redução de IPI e outros incentivos fiscais. "É preciso um Inovar-Máquinas (em alusão ao Inovar-Auto) para recuperar a produtividade", diz o diretor da associação.Do total de máquinas "consumidas" no país, 65% são importadas e 35% nacionais. "Estamos enfrentando uma desindustrialização mascarada e silenciosa. As indústrias estão virando montadoras de produtos, o que leva a destruição de empregos e da cadeia de fornecedores, já que o nosso produto não tem condições de competir com o importado", diz Pastoriza.

Na construção civil, apesar dos avanços tecnológicos que permitiram, por exemplo, as empresas do setor duplicarem sua capacidade de fabricação de moradias, para atender programas como o Minha Casa, Minha Vida, a produtividade ainda está em desequilíbrio com o custo do trabalho.

"Apesar de haver avanços na produtividade, os salários crescem em ritmo desigual, principalmente por causa da escassez de mão de obra qualificada no setor", diz Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

Fonte: Fenacon


TAGS

Assine nossa newsletter

Nome
E-mail